quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A cicatriz


Acho que foi ali onde a gente se machucou, se magoou... o ferimento não cicatrizou e mais tarde vieram outras lesões no mesmo local, agravando a situação, a amizade... e hoje vivemos isso, esse amor disforme, contido, tímido, temeroso.
E quem somos hoje? O que somos uma da outra? O que ficou?
Talvez esse contato, essa tentativa diária de restabelecer uma amizade antiga esteja aos poucos fechando o ferimento, talvez.
Lembro-me de um dia no shopping em que foi à baixo toda a imagem que eu tinha de você, eu espera outras palavras, outras atitudes, veio a decepção. Acredito que talvez também tenha te decepcionado, mesmo achando que agi certo. E nos duas nunca soubemos lidar muito bem com decepções.
Que remédio se usa neste tipo de machucado? Que remédio cura a mágoa?
As pessoas confundem mágoa com rancor, não há rancor, mas ainda há uma tristeza, um ressentimento que ficou guardado todo esse tempo. São nós que só o entendimento pode desatar. E como chegar ao entendimento? Só o tempo irá dizer... espero que diga.
Há quanto tempo não dizemos um "eu te amo"? Há quanto tempo não escrevemos uma carta? Há quanto tempo nos perdemos no tempo? Há quanto tempo foi tudo isso?

Acho que foi ali onde a gente se machucou, se magoou... o ferimento não cicatrizou e mais tarde vieram outras lesões no mesmo local, agravando a situação, a amizade... e hoje vivemos isso, esse amor disforme, contido, tímido, temeroso.

"[...] Desculpa se fugi dos seus olhos naquela tarde, mas eles derramavam lágrimas e eu não podia derramá-las também, seria uma fraqueza que não podia demonstrar. "

Talvez agora eu tenha mais maturidade para encarar seus olhos azuis derramando lágrimas, talvez eu as derrame junto com você. Talvez agora eu tenha maturidade para demonstrar minhas fraquezas.
E quem sabe agora você veja as coisas com mais clareza. Quem sabe agora...

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