domingo, 12 de agosto de 2012

Tempo

A gente tem a falsa sensação de ter todo tempo do mundo, ai a gente descobre que esse mundo já faz muito tempo e que as pessoas partem. Cai a ficha de que o tempo passou e não fizemos nem falamos tudo que gostaríamos, e o tempo não volta mais. E as pessoas não voltam mais.
Ele se foi e talvez ambos tivéssemos mais coisas a dizer, mas veio o tempo e o destino e a morte, e nos atropelou.
Eu fiquei aqui, com aquela sua velha imagem na cabeça, com todos os seus conselhos, e com um grande punhado de duvidas, de perguntas, que só você poderia me responder.
Hoje é meu dia e eu deveria estar feliz por isso, mas sou só mais uma alma, desesperada, tentando sobreviver no caos.
Espero que lá do alto você esteja vendo essas lágrimas de saudade, e esteja vendo o meu esforço para conquistar o mundo.
Espero que me perdoe pelos erros, e que entenda minhas escolhas.
E qual é o preço da liberdade?
Ou onde se vende?
Ou a quem tenho que chantagear?
Qual o preço do que não tem preço?

sábado, 11 de agosto de 2012

O tempo passa
E eu continuo vendo
Os seus olhos no espelho
Aqueles doces olhos castanhos
Que sempre compreenderam
Minha indignação e minha fúria
Minha inquietação

Os seus olhos se fecharam
E os meus choraram
Você se foi
E em mim ficou
Tudo o que passamos juntos

É impressionante
A forma com que me pareço com você
O tom de pele,
As manias
O rosto
Os pensamentos...

Tudo me leva a você
E é ruim saber
Que já não esta mais lá

Eu ainda vejo os seus olhos no espelho...

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Por que?

E quando é que a gente vai parar de ter medo?
Quando é que a gente vai andar de mãos dadas na rua?
Quando é que o receio alheio não nos afetará?
Quando é que seremos grandes o suficiente?
Quando é que eles, serão grandes o suficiente?

O que eu faço com esse punhado de verdade?
De vontade?
E onde eu arrumo essa vergonha do que não me envergonho?
E onde me escondo?

E pra onde vamos?
Fugidas?
Do quê?
De quem?
Por que?
Pra quê?

Esse muro hipócrita...
Nos cerca
Nos prende
Nos barra

E o que cala a garganta?
E o que cala o amor?
Eles, o medo, a vergonha, o receio.

Pra quê?


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