segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A verdade

Chega uma hora que você se cansa de ouvir as tentativas de conselhos de quem nunca te ouviu. Você se cansa de ouvir que é egoísta e que não pensa nos outros, ouvir isso de alguém que sempre te deixou sozinha, que nunca te estendeu a mão, de quem nunca te entendeu.
É mãe, desde que ele se foi eu fiquei sozinha e não adianta dizer o contrário. O que se passa na minha vida? Você não sabe, não faz mais parte dela, e não fez questão de fazer. Agora lá de longe, do outro lado da ponte caída você grita, mas o vento é forte e alto e não te ouço.
Talvez eu esteja fazendo tudo errado, talvez eu termine sozinha como você tantas vezes insinuou, mas acho que vale a pena tentar, é o que eu acho certo fazer agora, e não levo peso na consciência. Talvez eu esteja sim sendo egoísta, mas quem esteve do meu lado quando eu mais precisei? Quem tem me apoiado nas minhas decisões? Não tem sido você...
Se eu me criei sozinha, se tive que aprender a me virar, se o tempo e as lágrimas me calejaram, me distanciaram... Depois que aprendi a pensar em mim, me chama de egoísta, talvez esse egoísmo familiar (como você deve chamá-lo) seja o que me manteve viva e sã até hoje.
Desculpe a tristeza, a melancolia, a revolta, desculpe tudo isso que você nunca entendeu, mas você nunca fez parte de mim. Sem perceber você me afastou e agora não consegue me ter de volta, não me culpe...
Desculpe mas não tenho mais que te orgulhar ou que fazer as coisas a seu modo, me libertei dessas coisas banais, dos seus julgamentos pequenos e da sua consciência errônea.
Desculpe se cresci longe dos seus braços, desculpe se estou trilhando um caminho que você não vê e não consegue seguir. Desculpe por ser tudo o que sou. Desculpe por não te orgulhar.

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