domingo, 29 de maio de 2011


Sinto frio, e atrás da janela fechada do quarto os carros seguem, a chuva caí, as pessoas passam e conversam… aqui dentro, à porta fechada, as cordas do violão ressoam, ele me diz coisas que você não teve coragem de dizer, as palavras batem nas paredes e se encontram com meus ouvidos, tão doces, gentis e absurdas… inimagináveis… me acalmam, coisa que você não teve força para conseguir.
Se lembra de quando você soltou minha mão enquanto atravessavamos aquela rua movimentada? É, você não se lembra, mas eu lembro e quando estou prestes a esquecer, quase um perdão, meu violão grita com raiva palavras doces, as fotos mudam de formato, e meu foco de vida não é mais você. Então, meu momento nostálgico de saudade de você, passa, fácil como a brisa que arrasta as nuvens e leva a chuva.
A música pára, o violão se cala, me deito, escuto as últimas gotas da chuva, o som se distância, adormeço… já não sei mais quem é você.

-Beatriz Marques

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