domingo, 29 de maio de 2011

Sonhos, escolhas, e coisas inatas

Fui crescendo e a cada passo meio incerto fazendo escolhas também incertas, que de certas só tinham a certeza momentânea de querer aquilo. Algumas dessas certezas passaram com o tempo, outras passaram com o amadurecimento, e outras com um simples esquecimento. Ao crescer as vezes esquecemos dos próprios sonhos.

Então chega um momento na vida que fazer planos não é mais uma diversão de criança. Chega um momento que os planos são arquitetados milimetricamente em uma planta chamada vida. Só que nessa erros sempre acontecem, e eles são até bons, me desculpem o trocadilho, mas nesse caso os erros acabam sendo construtivos.
Me pus sentada, forcei-me a decidir os próximos anos… mesmo achando o cumulo ter que decidir o que farei no restante da minha vida em alguns minutos. Não posso mudar de idéia? Por que tenho que tomar essa decisão agora?
Enfim, a decisão tinha de ser tomada, e eram tantas opções, tantas vontades e aptidões. Diversas coisas se mostravam interessantes e eu me mostrava confusa. Mansamente a arte foi se instaurando na minha vida. Começou de diversas formas… primeiro na infância por influencia materna; depois na escola com incentivos; depois no desenvolvimento da escrita engatinhando com minhas primeiras poesias, coisa que faço até hoje; posteriormente exercendo diversas funções no teatro, claro menos atuando; depois veio uma arte diferente, que se disseminou com a modernidade e a invasão das câmeras na sociendade, sim, fotografia é arte. Tá, tudo bem, teve um momento na história que não era, momento esse que a fotografia foi dita apenas como forma de registro, onde quem manejava a maquina não intervinha no meio registrado, depois de muita luta viu-se que o olhar do fotografo era que fazia a fotografia e que a forma de registrar poderia sim mudar o registrado, o modo de ver as coisas então mudava o que estava sendo visto. Enfim, a fotografia foi se instaurando na minha vida e em mim aos poucos, silênciosa, sem se deixar notar, e quando fui dar por mim já estava dominada, foi ai que percebi que a arte corria em minhas veias desde sempre, corria nas veias da família a algumas gerações.
Bom, voltando as decisões… quando vi que estava tomanda pela arte, olhei para dentro de mim e para as escolhas que até então eu tinha feito, mas não havia jeito a alma de artista pulsa aqui dentro e arte é o único caminho de felicidade que vejo, único caminho que encontro para o meu próprio conhecimento.
Problemas vieram após a escolha, afinal poucos entendem o que é ser artista…
Nem eu entendia direito toda a dimensão da minha própria alma, então vi que não é uma questão totalmente de escolha, ninguém escolhe ser artista, a arte é que te escolhe.
Em meio a medos, angustias, responsabilidades e incertezas, ela, que sempre havia me apoiado e me incentivado fervorosamente para seguir no ramo artistido escreveu: eu acredito em você, afinal você tem a tal gana que todos comentam. Eu chorei ao ler, obvio, eu precisava disso, precisava “ouvir” que alguém acreditava em mim, e vindo dela era muito mais do que um empurrão para eu seguir pelo caminho da arte.
“Talvez você já tenha visto que trago aqui dentro uma alma artista, e o minimo de um artista é seu todo, é eleinteiro. Este é meu minímo, é o meu maximo.” (Explicações - Beatriz Marques)
- Beatriz Marques

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